GC – Do Scrum de Scrums até as CoP de CoP’s

Você conhece o conceito de múltiplos times ágeis, distribuídos ou não, todos trabalhando no mesmo programa ou projeto … a solução mais conhecida para esta condição chama-se Scrum de Scrums, é quando estabelecemos uma comunicação diária construtiva e objetiva entre dois ou mais times Scrum.

Mesmo sendo um projeto de prerrogativa só do seu Time, é preciso escalar nossas experiências e vivências, praticar uma Gestão do Conhecimento auto-organizada, sermos protagonistas não só das nossa Sprint, mas trabalhar para um espiral de aprendizado aproveitando a visão de todos os times, por uma visão mais ampla.

Não somos ilhas, somos arquipélagos de conhecimento, experimentos, com muito aprendizado vicário e sucessos a compartilhar, é preciso manter canais abertos e uma agenda pró-ativa de compartilhamento, intra e inter-organizacional. Aqui vou falar do intra, mas quem me conhece sabe o quanto sou apaixonado pelos dois.

Scum de Scrum

No Scrum de Scrum temos projetos que serão executados por mais de um time, desde dois times trabalhando na mesma sala, trabalhando histórias mapeadas em um mesmo Release Plan, distribuídas de acordo com a estratégia proposta. Cada um destes times realiza um sprint com histórias proposta e aceitas para si, com Sprint Planning, construção, realizando ao final Review e retrospectiva.

Um ponto de contato vital é o compartilhamento do conhecimento técnico e tático das daily, para tanto, diariamente cada time seleciona aquele integrantes que mais agregará em uma daily com um integrantes de cada um dos outros time envolvido para juntos antecipar riscos e oportunidades. O integrante que participa da daily do Scrum de Scrums não é o Scrum Master, ele é escolhido pelo time.

Scrum_of_Scrums-2

DevOp de DevOps

Segundo Jeff Shuterland e Ken Schwaber,  Scrum de Scrums é um mecanismo de entrega operacional, por demais útil para alinhamento entre equipes, mais ainda para entregas contínuas envolvendo múltiplas equipes.  É um modelo que vemos acontecer a cada Sprint em organizações que já criaram o papel de analistas de DevOps, quer oriundo da área de Ops ou um arquiteto de soluções de Dev.

Estes profissionais trabalham de forma semelhante a prática do Scrum de Scrums, mantendo-se alinhados aos planejamentos e acontecimentos de cada equipe em cada Sprint e levando estas informações adiante a seus pares para convertê-las em planos de ação no planejamento de ações, merges, pacotes e deploys em produção.

CoP de CoP’s

O uso de CoP’s empenhadas na construção de mapas modais, metodológicos e técnicos com boas e melhores práticas de mercado, apontam requisitos mínimos e evolução desejada de equipes, são instrumentos básicos para a implantação do duplo looping de Chris Argyris para o aprendizado organizacional e melhor aproveitamento do capital intelectual de uma organização.

singlee double

Quanto maior o número de times, locais e remotos, internos e externos, mais é importante traçar mapas de tecnologia e boas práticas. Comunidades de Prática são um importante instrumento em empresas que adotam métodos ágeis como traço de sua cultura organizacional. Estabelecer instrumentos de GC para gerar espirais de gestão da informação é inerente e complementar a agilidade.

Conclusão

Segunda década do século XXI e tem empresa e áreas de TI que ainda acredita que a centralização e coordenação das informações é o melhor caminho, ainda não conseguiram abandonar a falsa sensação de segurança no uso de comando-controle e poder.

Aprendizado vicário, vivências, aprendizados, inovação, o fluxo de conhecimento em uma empresa não flui através de chefes ou por graça do espírito santo, é preciso uma estratégia clara, é preciso um instanciamento do Modelo SECI, em que todos se sintam parte e responsáveis, de fato e não por imposição.

_ modelo SECI

O método SCRUM apresenta boas soluções a nível de gestão de projetos ágeis para desenvolvimento de software, mas cada equipe não é uma ilha e metodologias e frameworks de GC oferecem o complemento necessário aos métodos ágeis para a transformação das empresas em organizações baseadas no conhecimento, instigando ao máximo o capital intelectual existente em seus quadros.

Deixe um comentário