Fechando o cerco – G.Competências, G.Conhecimento e Agile

Como dizia a avó de minha esposa: “Há males que vem para bem!”, ao me matricular no segundo semestre do mestrado em administração da FACE na PUCRS acabei perdendo uma disciplina planejada por ter-se esgotado. Ao analisar as opções disponíveis, optei pela disciplina da Professora Grace Becker, que em duas aulas mostrou que a “emenda saiu melhor que o soneto!”.

Debates sobre o papel da área de pessoal (RH) em uma empresa visionária, acirrou-se quanto a retórica x prática, marketing, limitações, cases e visão, descobri o francês Zarifian com uma abordagem que ao ler parece ser um velho conhecido, como Takeuchi e Nonaka.

Um pesquisador que sustenta uma tese baseada em autoconhecimento, comunicação, co-construção, que errar é bom, mas que devemos aprender e sempre cometer novos erros baseados na originalidade, debatendo o paradoxo entre produção, quantidade e dinheiro x pessoas, equilíbrio e sustentabilidade.

Zarifian vai além, com frases como a parábola do relógio, de que é difícil mudar para um modelo auto-organizado enquanto as métricas ainda forem monitoradas em horas, minutos e segundos de trabalho, senso de pertença vem com a quebra desse paradigma quantitativo. Outro ponto é a sinergia com o cliente, pela formação de um ecossistema baseado em reciprocidade.

Outros nomes em destaque são os franceses de Grenoble e região, os Profs Retour, Picq, DeFélix e o professor Ruas, aqui da UFRGS e PUCRS, que desenvolveram e publicaram o livro “A Competência Coletiva”, quase uma ode ao manifesto e princípios ágeis e a disciplina que é minha paixão, a de Gestão do Conhecimento, com destaque aos míticos Profs nipônicos Nonaka e Takeuchi.

Eles refletem que as competências coletivas são mais que a sinergia (2+2=5) das individuais, elas constituem-se em valores e características próprias frente a problemas da coletividade, retroalimentando e potencializando as competências individuais e organizacionais a partir de seu desenvolvimento.

Também tem os Profs Hoskisson, Hitt, Ireland e Harrison, que introduzem neste sopão as competências essenciais, produto da inovação produzida no mix decorrente das competências individuais, coletivas e organizacionais frente as de mercado (ambiente), tornando-se seu diferencial competitivo ou, como eles chamaram, em suas Competências Essenciais.

Aliás, quem leu meu post sobre GC e me acompanha em posts sobre Agile, deve estar com a mesma impressão que eu, achei que eram gêmeos univitelinos, GC e Agile, mas são trigêmeos univitelinos – Agile, GC e Gestão de Competências.

A partir de Gramigna na analogia a árvore, desenhei as competências coletivas, organizacionais e de ambiente, destacando a permeabilidade e influência de uma as outras, em especial o potencial do coletivo no desenvolvimento das demais.

compet.essenciais 2

Já que estou afeito a liberdades poéticas, porque não ousar um pouco, creio que é possível entender este diagrama das competências como tendo a mesma dinâmica do modelo SECI, só não sei onde colocar a espiral, posto que o desafio é renovar as competências, como na geração, compartilhamento e uso de novos conhecimentos proposto por Nonaka e colegas, dentro de um continuum.

Quanto a professora, muito carisma, muita didática, primeiro dia afônica e mesmo assim passou o recado, mesmo com minha birra quanto ao padrão maluco de pós-graduação com 3 textos por noite, seminários e resenha crítica por disciplina em meio a correria da dissertação, está muito valendo, nota 10!

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